SÃO PAULO – No período entre 2007 e 2009, o Japão deverá ver o número de trabalhadores se aposentando saltar da média atual de 350 mil ao ano para 500 mil. Isso porque é nesses três anos que a geração de japoneses nascidos no pós-guerra (1947 a 1949), período chamado de baby boom, chega aos 60 anos de idade.
Desse grupo, que é de 20% a 50% maior que qualquer outro na divisão por faixa etária, 4 milhões estão ativos no mercado como assalariados, o que corresponde a 3% da atual força de trabalho do país.
Por um lado, a saída deles significa um alívio financeiro para as empresas, já que os maiores salários são justamente os deles, e também uma oportunidade para os trabalhadores mais novos, uma vez que a oferta de emprego tende a aumentar.
O problema
Porém, no longo prazo, isso será um problema sério para a economia, que mal acaba de sair de uma recessão de mais de uma década.
Para começar, a combinação da aposentadoria em massa com a baixa natalidade do país irá resultar em um grupo cada vez menor de trabalhadores jovens em relação aos pensionistas.
Além disso, a saída dos boomers deixará um déficit de conhecimento nas empresas, que precisarão descobrir uma maneira de passar suas habilidades e experiência para os mais novos e reter o know how dentro do escritório.
Soluções
O governo está fazendo sua parte. Preocupado com o impacto do fenômeno, uma série de medidas vêm sendo estudadas para retardar a aposentadoria. Assim, a legislação foi revisada e as empresas têm as opções de: adiar a idade mínima para 65 anos, não permitir a aposentadoria em conjunto ou oferecer-lhes turnos de meio período para que continuem.
No entanto, apenas 22% das companhias entrevistadas pela Mizuho Research disseram que irão permitir que todos seus funcionários boomers permaneçam se quiserem, enquanto o resto disse que irá reter somente quem for qualificado ou indispensável.
Mas as autoridades estão atacando o problema por outros meios também, como com o incetivo à natalidade. Como a taxa de fertilidade (número de filhos por casal) está cada vez menor, benefícios financeiros, como redução de impostos relativos aos cuidados de crianças, e trabalhistas, como opções de meio período para mães, estão sendo criados.