SÃO PAULO – Os leilões governamentais para pedágios de rodovias e o aquecimento da economia devem ser catalisadores de curto prazo para as ações de concessionárias rodoviárias, segundo o Goldman Sachs. Contudo, o banco reafirma as recomendações de neutralidade para as ações da CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3), e de venda para a OHL (OHLB3).
Isto porque, apesar do otimismo com o cenário, o Goldman Sachs avalia que as ações das concessionárias encontram-se totalmente precificadas, em um cenário coerente com seus domínios. “Segundo nossas estimativas, CCR, Ecorodovias e OHL são negociadas em 99%, 109% e 188% do fluxo de caixa descontado total de suas concessões existentes”, diz o banco em relatório.
Perspectivas positivas no curto prazo
Está programado para a próxima quinta-feira (4) o leilão para pedagiar os trechos Leste e Sul do Rodoanel, em São Paulo. A proposta vencedora poderia adicionar de 4% a 6% ao valor das concessionárias, dependendo das taxas de retorno e da fatia de participação, estimam os analistas Eduardo Siffert Couto e Tais Correa. O evento, assim, pode servir de driver de curto prazo para as ações das empresas do setor.
Recomendações Goldman Sachs | |||
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Ação | Recomendação | Preço-Alvo 12 meses | Upside* |
ECOR3 | Neutra | R$ 11,80 | -8,17% |
CCRO3 | Neutra | R$ 46,00 | 1,34% |
OHLB3 | Venda | R$ 45,00 | -22,04% |
* Com base no fechamento de 1 de novembro |
Para o Goldman, o movimento nas rodovias domésticas é positivamente afetado pela sólida atividade econômica e industrial, tendo crescido mais de 8% desde o início deste ano. “Em nossa visão, o Brasil continua um interessante mercado no médio a longo prazo, já que o tráfego de veículos deve crescer mais rápido do que o PIB e mais rodovias serão transferidas para operadoras privadas”.
Posicionamento
A maioria das companhias do setor é cotada para participar do consórcio do anel viário paulista. Dentre as empresas sob cobertura do banco, a CCR e a Ecorodovias são melhor avaliadas na disputa, devido à sua forte folha de pagamento e menor Capex (endividamento por investimentos) nas atuais concessões.