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Bolsa

Em ano difícil, MMX cai 84,2% é a campeã das perdas no Ibovespa por W.O.

A mineradora de Eike se viu no meio da crise do grupo “X”, que afetou todas as suas empresas

Por  Felipe Moreno

SÃO PAULO – Um ano ruim para Eike Batista terminou com uma de suas empresas na ponta negativa do Ibovespa, liderando as quedas. A MMX Mineração (MMXM3), única empresa ainda controlada pelo megaempresário, terminou 2013 com queda de 84,27%, aos R$ 0,70 – a maior de todo o Ibovespa. Em um ano ruim, o benchmark caiu 15,50%, para 51.507 pontos. 

A mineradora de Eike se viu no meio da crise do grupo “X”, que afetou todas as suas empresas – e obrigou duas delas, OGX Petróleo (OGXP3) e OSX Brasil (OSXB3), a pedirem recuperação judicial. Também muito endividada e com a produção fraca, a MMX Mineração viu seu prejuízo crescer de maneiras absurdas este ano, conforme a empresa teve que assumir a baixa contábil de investimentos fracassados no Chile. 

Assim como todas as outras empresas do grupo, a MMX – que iniciou o ano mudando de presidente – viveu a expectativa de ser vendida em 2013, o que acabou não ocorrendo. No fim, a empresa vendeu apenas 65% do Porto Sudeste para o fundo árabe Mubadala e a Trafigura, que livrou o negócio de mineração. 

Mas curiosamente, é a única empresa de Eike que se manteve dele e no Ibovespa do início ao fim do ano: a LLX Logística foi vendida para o grupo norte-americano EIG e atualmente é a Prumo Logística Global, enquanto a OGX Petróleo foi excluída do Ibovespa após pedir a recuperação judicial.

Vitória por W.O.
Sem a exclusão da OGX, seria a petrolífera a “ganhar” o posto de empresa que mais perdeu no Ibovespa. A queda de 94,52%, para R$ 0,24 foi embalada pelo fracasso definitivo do campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos – após a instalação do terceiro poço em janeiro. A empresa acumulou dívidas impagáveis. 

OUTROS DESTAQUES DE 2013:

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2º: Brookfield (BISA3, R$ 1,15, -66,37%)
Um dos setores mais alavancados e instáveis da Bovespa é o imobiliário. O setor teve duas companhias entre as que mais sofreram em 2013. O principal destaque negativo do segmento foi a Brookfield, que viu seus papéis despencarem 66,37% e passaram a valer R$ 1,15 em um ano marcado também por acusações de pagamento de suborno por alvarás de construção em São Paulo. Além disso, a empresa viu o orçamento de diversas obras estourarem o orçamento. 

3º Rossi (RSID3, R$ 2,04, -55,16%)
Outra construtora que fez com que seus investidores tivessem pesadelo em 2013 foi a Rossi Residencial, que viu seus papéis caírem 55,16% no período, fechando o ano precificadas em R$ 2,04. As especulações de que o mercado imobiliário poderia estar sobrorizado e, desta forma, vulnerável a bolhas, faz com que os investidores tenham mais receio em investir no setor. Além disso, a empresa viu o orçamento de diversas obras estourarem o orçamento.

4º Oi (OIBR3, R$ 3,61, -54,53%; OIBR4, R$ 3,59, -49,45%)
Quem adquiriu as ações da Oi durante o ano de 2013 também não teve motivos para comemorar. A grande preocupação dos acionistas no ano foi decorrente do excesso de endividamento, além de resultados pouco animadores. Contudo, a empresa vem tentando reverter esse quadro ao trazer um CEO (Chief Executive Officer) de bastante prestígio, Zeinal Bava, além de seguir com programa de venda de torres, de ter anunciado a sua fusão com a Portugal Telecom em setembro e de diminuir o pagamento de dividendos aos acionistas. Mas o mercado ainda segue cauteloso com os papéis da companhia de telefonia.

5º Marfrig (MRFG3, R$ 4,00, +52,83%)
Com a Marfrig, o endividamento também foi um dos principais “drivers” negativos neste ano. Por trás das quedas de mais de 52,83% no ano, fechando a R$ 4,00, estão um passado ultraexpasionista da empresa via aquisições e uma fracassada integração das operações, afetando diretamente as margens de lucro da fabricante de alimentos. Nem mesmo a forte alta do dólar no ano proporcionou bons resultados para a companhia de natureza exportadora, tendo em vista a ainda alta exposição da sua dívida lastreada na moeda norte-americana – embora essa fatia tenha sofrido boa redução após a venda da Seara para a JBS. Como se não bastasse todo esse cenário desfavorável, a empresa vem sofrendo uma pressão implícita do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), já que o mercado vem especulando que o banco pode alienar boa parte das ações presentes em seu portfólio – podendo provocar um “overhang” (excesso de liquidez) no mercado.

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