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Bolsa

Após zerar perdas, Ibovespa volta a cair; siderúrgicas e Oi recuam mais de 4%

Índice encontra dificuldades para subir após seis pregões de alta; bolsas aproveitam acordo fiscal nos EUA para realizar ganhos acumulados nos últimos dias

Por  Thiago Salomão

SÃO PAULO – Após cair 0,97% nos minutos iniciais e virar para alta de 0,35% pouco antes das 11h (horário de Brasília), o Ibovespa voltou ao ao terreno negativo, seguindo o desempenho das bolsas internacionais e pressionado pela forte queda de siderúrgicas e das ações da Oi. A queda vem mesmo após os EUA finalmente terem chegado a um acordo fiscal e evitado que o país entrasse em default nesta quinta-feira (17), já que os investidores precificaram a conclusão desse acordo nos últimos dias e aproveitaram o fato para realizar os lucros acumulados.

Com isso, o Ibovespa recuava 0,26% às 11h54, para 55.828 pontos, devolvendo parte da alta de 7% acumulada nos últimos 6 pregões. Lá fora, o índice norte-americano Dow Jones recua 0,49%, após subir mais de 1% na véspera. Vale mencionar que mesmo com esse movimento de realização nas bolsas, o dólar comercial – que costuma ter um movimento contrário ao mercado acionário – apresenta forte queda de 0,74%, cotado na venda a R$ 2,1586.

Oacordo garante o financiamento do governo dos EUA até 15 de janeiro de 2014, e o aumento no teto da dívida até 7 de fevereiro, com os mercados correndo risco de enfrentarem nova volatilidade ao final deste ano, quando o Congresso norte-americano precisará chegar a uma decisão definitiva, o que deixa alguns analistas céticos sobre o assunto, dizendo que o Congresso não resolveu o problema, apenas adiou a tomada de decisões importantes para a economia norte-americana.

A sequência de 6 pregões no positivo do Ibovespa colabora com o jargão “sobe no boato e cai no fato”, comum no mercado acionário. Os principais índices acionários mundiais registraram fortes altas nesta semana, alcançando patamares não vistos há um bom tempo com a esperança de que os EUA fecharia um acordo e evitaria um default técnico. Com a precificação antecipada do movimento, quando o impasse foi resolvido, nesta madrugada, os investidores aproveitam o momento para realizar os ganhos acumulados nas últimas sessões.

Destaques corporativos
As ações de empresas do setor siderúrgico, como Usiminas (USIM3, R$ 11,28, -4,41%; USIM5, R$ 11,61, -4,05%), Gerdau (GGBR4, R$ 17,26, -3,03%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 22,07, -3,71%) e CSN (CSNA3, R$ 11,48, -2,21%), registram forte queda após bancos de investimento internacionaisrebaixarem suas recomendações para negativa, citando recente rali positivo e queda nos preços do aço.

Já a Oi (OIBR3, R$ 4,38, -4,99%; OIBR4, R$ 4,07, -4,68%) é a maior baixa do índice. Um relatório sobre o setor de telecomunicações brasileiro feito pelo HSBC aponta que a fusão da Oi com a Portugal Telecom não deve resolver os problemas de alavancagem da companhia.

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Já no campo positivo, ações de empresas com forte participação no índice tentam equilibrar o movimento, com Vale (VALE3, R$ 35,74, +0,85%; VALE5, R$ 32,49, +0,56%) e os bancos Bradesco (BBDC3, R$ 36,89, +0,52%; BBDC4, R$ 32,81, +0,64%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,04, +0,67%) e sua controladora, a Itaúsa (ITSA4, R$ 9,27, +0,43%) em alta. Juntas, as 4 companhias respondem por 22% da composição do Ibovespa.

O Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 108,30, -0,22%) vê suas ações recuarem após registrar alta de 1,77% na máxima do intraday. A companhia  registrou alta de 69,8% em seu lucro líquido no terceiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2012, com R$ 357 milhões. A margem líquida (lucro líquido sobre receita líquida) passou de 1,7% para 2,5%, na mesma base de comparação. Já a receita bruta ficou em R$ 15,72 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 15% sobre mesmo período de 2012.

Discursos do Fed
Ainda nos EUA, diversos membros do Federal Reserve discursarão hoje e os investidores ficarão atentos a indicações de que o início da retirada do Quantitative Easing 3 – programa bilionário de compra de títulos para estimular a economia – deve ser adiada para 2014. Richard Fisher, do Fed de Dallas, comentou que o Congresso norte-americano deve resolver suas questões, sem esperar que qa autoridade monetária resolva tudo através de políticas monetárias.

Ainda hoje, Charles Evans, do Fed de Chicago, Esther Geroge, do Fed de Kansas e Narayana Kocherlakota, de Minneapolis, discursarão em eventos distintos.

Analistas acreditavam que a diminuição no ritmo de compras de títulos pelo governo começaria ainda neste ano, mas com as discussões sobre o impasse fiscal se prolongando, parece improvável que o Fed arrisque a economia do país.

Agenda Econômica
Por aqui, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) mostrou que o Banco Central deve continuar com o ciclo de aumento na taxa de juros, que a autoridade considera apropriada. O BC disse ainda que reduziu sua projeção para a inflação brasileira em 2013 e 2014, mas que em ambos anos ela deve ficar acima da meta, de 4,5%.

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Nos EUA, o Initial Claims registrou 358 mil novos pedidos de auxílio-desemprego na semana finda em 12 de outubro. Analistas esperavam 330 mil, após 373 mil novas solicitações vistas na semana anterior. Já o indicador de atividade industrial da Philadelphia recuou em outubro, mas manteve-se bem acima das projeções com 19,8 pontos – o mercado esperava 7,0.

No Velho Continente, as vendas no varejo britânico subiram 0,6% em setembro, ante expectativa de 0,5%. No mês anterior, o indicador recuou 0,8%.

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