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Impacto no mercado

Ações de Sabesp (SBSP3) e Copasa (CSMG3) fecham com salto de até 19%; veja o desempenho de mais estatais estaduais

Empresa de saneamento paulista tem chances de privatização elevada com visão sobre o segundo turno após pleito de domingo, apontam analistas

Por  Lara Rizério -

Assim como a Petrobras (PETR3;PETR4), as estatais estaduais repercutiram o primeiro turno das eleições realizado no domingo (2).

O grande destaque ficou para a estatal de saneamento Sabesp (SBSP3). Mais cedo, os ADRs (recibo de ações, na prática, ativos negociados das empresas brasileiras na NYSE), com ganhos de 15,35%, a US$ 10,51, às 9h50 (horário de Brasília) em meio ao forte resultado do candidato Tarcísio de Freitas no 1º turno. Na B3, os ativos fecharam com salto de 16,94%, a R$ 58. Na sexta, as ações da empresa já haviam subido 6,89% com a expectativa pelo pleito.

O primeiro turno da corrida para governador em São Paulo não foi definitivo, mas mostrou o candidato Tarcísio  deFreitas (do Republicanos) bem à frente dos demais, com 42% dos votos. Fernando Haddad (PT) ficou em segundo lugar, com 36%, seguido por Rodrigo Garcia, com 18%. “Isso foi uma grande surpresa, já que pesquisas recentes mostraram Haddad na liderança, seguido por Tarcisio, com apenas cerca de 30% dos votos. O segundo turno entre Tarcísio Freitas e Fernando Haddad, em 30 de outubro, determinará o novo governador de São Paulo”, destaca o Bradesco BBI. Os ativos da Sabesp sobem forte em meio ao cenário de maior chance de privatização da estatal de saneamento paulista com Freitas eleito.

“Foi muito contra o que as pesquisas estavam indicando. Não acho que é fácil privatizar a Sabesp, mas acho que está mais alinhado tendo em vista o que Tarcísio fez no governo Bolsonaro como ministro de Infraestrutura”, afirmou Marcos Peixoto, da XP Asset, em live do dragão e tigre sobre as eleições.

O Itaú BBA, inclusive, incluiu Sabesp em sua carteira top 5, tirando Banco do Brasil (BBAS3), em relatório divulgado nesta segunda-feira. “Apesar de gostarmos de Banco do Brasil, que segue tendo nossa preferência no setor de bancos, preferimos não ter exposição à tese devido ao momento volátil de mercado. Nesse sentido, estamos substituindo o BB por Sabesp, que tende a ser mais defensiva. Além disso, SBSP3 parece uma tese interessante em termos de valuation, tanto sob o prisma de múltiplos quanto de potencial de valorização, (…) com um potencial de valorização de mais de 30%”, avaliam.

Entre outros papéis de estatais estaduais a serem acompanhados de perto pelos investidores, estão os da Cemig (CMIG4) com a reeleição do governador de Minas Gerais Romeu Zema, do Novo, e Banrisul (BRSR6) com o 2º turno no Rio Grande do Sul entre Onyx Lorenzoni, do PL, e o ex-governador Eduardo Leite, do PSDB.

Na mesma linha, os analistas do Credit Suisse destacaram esperar uma reação positiva da Sabesp, pois Freitas é considerado favorável ao mercado levando em conta a possibilidade pró-privatização, assim como os números para ele terem vindo  melhores do que o esperado.

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No caso das estatais em Minas, apontaram que haveria reação positiva com a confirmação do atual status quo pró-privatização e abordagem pró-mercado, mas não houve uma surpresa tão grande. Contudo, os ativos tiveram forte reação pós-eleição, com as ações da Cemig (CMIG4) subindo 10,69%, a R$ 11,91, e Copasa (CSMG3) disparando 18,79%.

Segundo Flavio Conde, analista da Levante, destacou ontem ao dragão e tigre, as ações de Cemig  e, principalmente, da Copasa, estatais de Minas Gerais, se beneficiam do resultado das eleições, também levando em conta o quadro final da Assembleia Legislativa. “Agora talvez o governador [Romeu] Zema tenha uma bancada que o apoie”. Zema (Novo) foi reeleito em primeiro turno com mais de 56% dos votos.

“Independentemente disso, a primeira empresa a ser vendida (depois da Codemig) provavelmente seria a concessionária de água Copasa CSMG3 (não a Cemig CMIG4). Isso porque os políticos locais e os mineiros são menos ‘afetuosos’ com a Copasa – qualidade de serviço é um problema – do que a Cemig, e mudar a lei para vender a Copasa primeiro seria um passo inicial mais fácil,” segundo o Bradesco BBI.

“No caso do Zema, o cenário base já era ele ganhar. Minas Gerais tem uma peculiaridade difícil na privatização, por conta da necessidade de passar a matéria na assembleia por três quintos de votos a favor. Mas a formação da assembleia foi mais favorável”, avalia Marcos Peixoto, gestor da XP Asset.

O caso do Paraná é mais difícil de prever, porque há uma forte resistência popular à privatização das empresas estatais, na avaliação do analista da Levante. No estado, Ratinho Júnior (PSD) foi reeleito com perto de 70% dos votos. Ele já afirmou não ter as privatizações no radar. As units da Sanepar (SAPR11), contudo, tiveram ganhos expressivos, de 7,41%, a R$ 18,42.

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